GOOGLE NEGA ENVOLVIMENTO COM SOFTWARE ESPIÃO

O chairman do Google, Eric Schmidt, afirmou durante o Le Web, conferência que reúne grandes nomes da tecnologia e da internet em Paris, que o Google não dá suporte e não trabalha com a Carrier IQ, empresa acusada de produzir um software oculto que rastreia todas as informações de usuários de smartphones.

A Android, sistema operacional móvel desenvolvido pela gigante da internet, foi associado ao Carrier IQ depois que um pesquisador postou no YouTube um vídeos que mostra seu celular HTC, que usa o sistema, rodando o software. "O Android é uma plataforma aberta, por isso é possível que as pessoas construam um software que pode não ser realmente muito bom para você, e este parece ser um", afirmou durante o evento, na quarta-feira.

O pesquisador de segurança Trevor Eckhart postou um vídeo no YouTube em que detalha um software oculto instalado em smartphones que registra e transmite tudo que o usuário faz no celular. As informações incluem mensagens de texto, buscas no Google, números de telefones discados, URL de sites visitados no telefone, mesmo que o usuário pretenda criptografar os dados usando uma URL que comece com "HTTPS", e muitos outros dados. O software da empresa Carrier IQ descoberto pelo pesquisador vem pré-instalado em uma infinidade de aparelhos, como HTC, BlackBerry, Nokia, iPhone, entre outros.

O programa foi chamado por Eckhart de "rootkit", termo de segurança para softwares que são executados em segundo plano, sem o conhecimento do usuário, e comumente usado em arquivos maliciosos. Em nota em seu site, a Carrier IQ afirma que a empresa fornece informações "sobre o desempenho de dispositivos móveis e redes para ajudar as operadoras e fabricantes de aparelhos no fornecimento de produtos e serviços de alta qualidade aos seus clientes".

Eckhart foi ameaçado por um processo pela Carrier IQ por mostrar memorandos internos da empresa e como ela coletava dados de milhões de usuários Androids para entregá-los às operadoras, mas a companhia voltou atrás depois que a Electronic Frontier Foundation, um grupo de direito digital, saiu em defesa do pesquisador. Em nota em seu site, a Carrier IQ afirma que a empresa fornece informações "sobre o desempenho de dispositivos móveis e redes para ajudar as operadoras e fabricantes de aparelhos no fornecimento de produtos e serviços de alta qualidade aos seus clientes".